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Lobini H1: o único carro esportivo da indústria brasileira

Com apenas 69 unidades produzidas de maneira artesanal, o Lobini H1 foi um carro esportivo construído por uma fabricante totalmente brasileira.

Lobini

Foto mostrando a frente de um Lobini H1.

A Lobini foi fundada em 1999 no Estado de São Paulo, com o objetivo de construir o melhor veículo esportivo nacional já concebido, contando com os recursos e talentos existentes no país. O seu primeiro e único veículo fabricado foi o H1, com produção até 2013.

Derivando do nome de seus dois fundadores, o empresário José Lobo e o engenheiro Fábio Birolini, a Lobini surgiu com um modesto investimento de 2 milhões de dólares, de recursos próprios. Na indústria automotiva esse valor é considerado baixo para o desenvolvimento de um carro.

Confira essa divulgação da Lobini, na época que a empresa estava começando:

O objetivo é desenvolver o melhor veículo esportivo já fabricado no Brasil, com performance comparável aos esportivos importados de primeira linha, com características mecânicas e dinâmicas que privilegiem fundamentalmente o prazer de dirigir.

Site da Lobini em 2003.

Lobini H1

A ideia inicial de seus criadores era apenas construir duas unidades, uma para cada um, porém o projeto se mostrou bastante promissor, por isso eles continuaram os estudos, e apresentaram o carro no Salão do Automóvel em 2002.

O primeiro protótipo do carro tinha motor Alfa Romeo V6, mas agora havia a necessidade de produzir em maior escala. Era imprescindível uma cooperação com a fabricante do motor para o fornecimento do mesmo, como a Fiat não demonstrou interesse, foi necessário substituí-la.

O novo conjunto mecânico seria então da Volkswagen/Audi, com um motor 1.8 turbo, derivado do Golf GTI, com 180 cavalos a 5700 RPM e 24 kgfm de torque entre 1.750 a 4.600 RPM.

Com toda a carroceria construída em plástico e fiberglass, o H1 era um carro leve, com apenas 1025 kg. Atrelado a isso, com seu baixo peso e boa aerodinâmica, o H1 alcançava a ótima marca de 0 a 100 km/h em aproximadamente 6 segundos. Enquanto sua velocidade máxima ultrapassava os 220 km/h.

Além disso, com motor traseiro entre eixos, transversal e 4 cilindros em linha, o motor advindo da Volkswagen/Audi trazia 5 válvulas por cilindro, bloco e cabeçote em alumínio, para alivio de peso.

Capacidade de produção e exportação

A capacidade de produção, na sua fábrica em Cotia, era de apenas três carros por mês. Durante seus anos de produção, o carro sofreu pequenas alterações, como por exemplo, a adição de molas mais macias e amortecedores com maior carga, aumentando conforto e estabilidade.

A Lobini enviou uma unidade do H1 para a Lotus, na Inglaterra, com o objetivo de formar uma cooperação entre as marcas e aprimorar o carro. Até onde se sabe essa unidade nunca voltou ao Brasil.

Também foram fechados acordos com empresas da Inglaterra e Estados Unidos para que se exportassem mais unidades, porém carece de informação se a exportação foi concluída.

Preço

Quando novo, o Lobini H1 tinha valor médio de R$ 170.000. Considerando a inflação acumulada até 2025, esse valor corresponderia hoje a aproximadamente R$ 1.358.000. Isso coloca o H1 na faixa de preço de esportivos de alto desempenho disponíveis atualmente.

Para quem deseja comprar usado, o valor de cada unidade hoje pode variar bastante, dependendo do estado de conservação e da raridade do veículo. Isso ocorre porque se tratou de um carro de produção limitada e altamente colecionável.

Lista de acessórios que acompanhavam

• Direção hidráulica
• Cintos de segurança de 3 e 4 pontos
• Banco concha regulável
• Coluna de direção regulável em altura e profundidade
• Painel basculante em conjunto com a direção
• Botão de partida
• Comandos elétricos de vidros, travas e espelhos
• Faróis auxiliares de neblina e de longo alcance

O carro também tinha opcionais, caso você estivesse disposto a pagar mais por isso. Como ar-condicionado, CD e DVD player, bancos em couro, faróis de xenon, GPS, alerta de pressão do pneu e sensor de estacionamento.

Descontinuação

Não há informações oficiais sobre o motivo da descontinuação do Lobini H1.

Entretanto, especula-se que fatores como os altos custos de produção e as novas exigências de segurança veicular — como a obrigatoriedade de airbag e ABS a partir de 2014 — possam ter contribuído para o fim do modelo.

Lobini R

O Lobini R foi desenvolvido como uma proposta de versão mais acessível do H1, mantendo potência e desempenho semelhantes, mas com custo reduzido de produção.

O conceito do R incluía algumas mudanças sutis na carroceria e no acabamento, pensadas para reduzir custos sem comprometer o desempenho ou o estilo característico do H1.

O carro foi apresentado ao público no Salão do Automóvel de São Paulo em 2006, gerando expectativa entre entusiastas e potenciais compradores. A ideia era lançar o modelo comercialmente em 2008, mas o projeto nunca se concretizou.

Com o cancelamento do projeto, o H1 permaneceu como o único carro efetivamente lançado pela Lobini, consolidando-se como um ícone da engenharia automotiva brasileira.

Conclusão

Apesar de ter tido uma produção limitada e curta, a Lobini deixou sua marca na história da indústria automotiva brasileira com o H1.

O esportivo mostrou que era possível desenvolver um carro nacional com desempenho comparável aos modelos estrangeiros, combinando engenharia, ousadia e paixão pelo automobilismo. Mesmo não estando mais em produção, o H1 continua sendo lembrado como um dos projetos mais ambiciosos e icônicos já criados no país.

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