Tobias Chesini

Vale a pena calibrar os pneus com nitrogênio? Conheça os benefícios

Descubra se vale a pena investir na calibragem com nitrogênio e quais são as vantagens e desvantagens dessa alternativa para seu carro.

Pneu

Foto de uma pessoa calibrando o pneu de um carro.

Você já ouviu falar na opção de calibrar os pneus com nitrogênio em vez do ar comprimido tradicional? Essa alternativa, muito utilizada em aviões, carros de corrida e veículos pesados, vem ganhando espaço entre os motoristas comuns.

A ideia de substituir o ar comprimido por nitrogênio pode parecer exagero à primeira vista, mas a verdade é que essa mudança tem fundamentos técnicos interessantes. O nitrogênio, por ser um gás mais seco e estável, traz algumas vantagens que podem fazer diferença no uso diário — principalmente para quem roda bastante ou quer manter o carro sempre em boas condições.

Vamos entender como funciona essa calibragem, o que ela oferece de diferente e quando realmente vale o investimento.

O que é o nitrogênio e por que usá-lo nos pneus?

O nitrogênio é um gás inerte, incolor e inodoro que compõe cerca de 78% do ar que respiramos. Quando falamos em “calibrar com nitrogênio”, nos referimos ao uso do gás de forma quase pura — geralmente com mais de 90% de concentração — para preencher os pneus no lugar do ar atmosférico, que além do próprio nitrogênio, contém oxigênio, vapor d’água e outros gases.

A principal diferença entre o ar comprimido e o nitrogênio está justamente nesses outros componentes. O oxigênio e o vapor d’água presentes no ar contribuem para a oxidação das rodas e dos componentes internos dos pneus, além de favorecerem a variação de pressão em função da temperatura. O nitrogênio, por ser mais estável e seco, evita esses problemas.

Quais são os benefícios de calibrar com nitrogênio?

Agora que você já entendeu o que é o nitrogênio e por que ele é usado nos pneus, é hora de conhecer os benefícios práticos dessa escolha. Abaixo, explicamos como esse gás pode contribuir para a durabilidade, o desempenho e até a economia no seu dia a dia ao volante:

Menor perda de pressão com o tempo

Um dos argumentos mais fortes a favor do nitrogênio é que ele tende a escapar mais lentamente dos pneus do que o ar comprimido. Isso acontece porque as moléculas de nitrogênio são ligeiramente maiores que as do oxigênio, o que dificulta sua passagem por microporos na borracha do pneu.

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Como resultado, a pressão interna se mantém mais estável por um período maior, podendo durar de 3 a 6 meses, em contraste com a calibragem com ar comum, que é recomendada a cada 15 dias.

Maior durabilidade dos pneus

Ao manter a pressão correta por mais tempo, o pneu sofre menos deformações, o que ajuda a preservar sua estrutura e prolongar a vida útil da banda de rodagem. Além disso, a ausência de umidade no gás evita a formação de ferrugem nas rodas e oxidação na parte interna do pneu, algo que pode comprometer a segurança e reduzir a durabilidade.

Menor variação de pressão com a temperatura

O nitrogênio sofre menos influência das variações de temperatura em comparação ao ar comprimido. Isso significa que, em situações de uso intenso ou mudanças climáticas, a pressão interna dos pneus tende a se manter mais estável.

Essa característica é especialmente útil em veículos que trafegam por longas distâncias, enfrentam temperaturas extremas ou rodam em alta velocidade, como caminhões e carros esportivos.

Mais segurança e melhor desempenho

A estabilidade da pressão garante melhor contato do pneu com o solo, o que contribui para a dirigibilidade, a frenagem e a aderência em curvas. Além disso, a calibragem correta também influencia diretamente no consumo de combustível e na emissão de poluentes, já que pneus murchos aumentam o esforço do motor.

Mas então, por que nem todo mundo usa nitrogênio?

Apesar dos benefícios, o uso de nitrogênio nos pneus ainda não é tão popular entre os motoristas comuns, e há algumas razões para isso.

Custo

A principal barreira é o preço. Enquanto a calibragem com ar comprimido costuma ser gratuita ou ter um valor simbólico, o uso de nitrogênio geralmente é cobrado — entre R$ 10 e R$ 20 por pneu, em média. Para quem faz a manutenção regularmente e busca economia imediata, esse custo pode parecer desnecessário.

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Disponibilidade

Embora esteja mais presente do que há alguns anos, o nitrogênio ainda não está disponível em todos os postos ou oficinas, o que pode dificultar a manutenção, especialmente em viagens.

Diferença discreta para uso comum

Para motoristas que rodam pouco, dirigem em áreas urbanas e mantêm uma rotina de manutenção adequada, os benefícios do nitrogênio podem ser pouco perceptíveis. Nesse cenário, o ar comprimido desempenha bem sua função, desde que você faça a calibragem com regularidade.

Impossibilidade de mistura

Uma vez que o pneu é calibrado com nitrogênio, ele não deve ser completado com ar comprimido. A mistura dos gases anula os benefícios do nitrogênio, pois o ar comprimido contém oxigênio e umidade, que são os elementos que o nitrogênio busca evitar.

Isso significa que, se você optar pelo nitrogênio, precisará encontrar um local que ofereça o serviço para todas as calibragens subsequentes.

Afinal, vale a pena?

A resposta depende do perfil do motorista e do uso do veículo. Se você costuma rodar muito, faz viagens longas, tem um carro esportivo ou simplesmente deseja uma opção mais estável e com menor manutenção, calibrar com nitrogênio pode ser uma boa escolha. O investimento é baixo e os benefícios em termos de segurança e durabilidade podem compensar.

Por outro lado, se você dirige pouco, faz a manutenção preventiva em dia e prefere economizar sempre que possível, calibrar com ar comprimido a cada 15 dias já é suficiente para manter os pneus em bom estado.

Conclusão

Calibrar os pneus com nitrogênio não é uma necessidade, mas pode ser um diferencial interessante. Em termos de custo-benefício, ele traz vantagens em durabilidade, segurança e estabilidade, especialmente para quem exige mais do carro. Mas, como toda escolha automotiva, é preciso considerar o seu uso, o seu bolso e as suas prioridades.

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