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Importar carro usado no Brasil é possível? Veja as regras e opções

Descubra como funciona a importação de carros usados, conheça as regras, custos, exceções e veja quando vale a pena trazer do exterior.

carro usado

Foto de um carro dentro de um container sendo transportado dentro de um porto.

Para muitos apaixonados por automóveis, a ideia de importar um carro usado pode parecer tentadora. Ter um modelo de carro exclusivo pode soar muito interessante. No entanto, a legislação brasileira é bastante restritiva1 nesse ponto, e nem sempre o processo é viável.

Afinal, importar carro usado no Brasil é realmente possível? Quais são as regras e opções disponíveis para quem deseja seguir por esse caminho?

O que diz a lei sobre importar carros usados

A regra geral estabelecida pelo governo brasileiro é clara: a importação de veículos usados é proibida. O governo criou essa restrição para proteger a indústria automotiva nacional e evitar que o país se tornasse um destino para veículos já desgastados ou sem condições adequadas de circulação.

Além disso, há questões de segurança, emissões de poluentes e garantia de peças e assistência técnica que também influenciaram na criação da norma.

Mas como toda regra tem exceções, há situações específicas em que a importação de um carro usado é permitida. É justamente nessas brechas que entram as possibilidades para quem deseja trazer um modelo de fora.

Quando é permitido importar um carro usado

A legislação brasileira autoriza a importação de um carro usado apenas em alguns cenários específicos. Os principais são:

1. Carros de coleção ou de valor histórico

Se o veículo tiver mais de 30 anos de fabricação, ele pode ser enquadrado como de coleção ou de interesse histórico. Nesse caso, é possível realizar a importação, desde que o carro esteja em boas condições e com características originais preservadas.

É a opção mais comum para colecionadores que desejam trazer clássicos, como um Mustang antigo, um Porsche clássico ou um Mercedes-Benz de época.

2. Mudança de residência

Quem morou no exterior por mais de um ano e está retornando ao Brasil pode trazer seu veículo usado junto como parte da mudança de residência.

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No entanto, a lei impõe restrições: o proprietário deve adquirir o carro antes do retorno, mantê-lo em seu nome e trazer apenas um veículo por pessoa. Além disso, ele não pode vender ou transferir o carro a terceiros por um período determinado, geralmente 2 anos, após a chegada ao país.

3. Veículos para fins especiais

Automóveis destinados a pesquisas, testes, competições esportivas ou exibições também podem ser importados mesmo usados. Nesse caso, é preciso comprovar a finalidade e cumprir requisitos específicos determinados pelos órgãos competentes.

4. Diplomatas e missões oficiais

Diplomatas estrangeiros que vêm trabalhar no Brasil, ou brasileiros que retornam de missões oficiais no exterior, também podem importar carros usados com condições especiais.

Custos envolvidos na importação

Mesmo quando há uma brecha legal que permite a importação, o processo está longe de ser simples ou barato. O interessado precisa lidar com diversas etapas burocráticas, além de arcar com altos custos de impostos e taxas. Entre os principais tributos estão:

  • Imposto de Importação (II): geralmente de 35% sobre o valor do carro.
  • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): varia de acordo com a motorização e categoria do veículo. (entre 7% e 25%)
  • PIS e Cofins: contribuições que também incidem sobre o valor da importação, sendo o PIS 2,1% e o COFINS 9,65%.
  • ICMS: imposto estadual, cuja alíquota varia conforme o estado de destino.

Somando todos esses custos, o valor final do carro pode facilmente dobrar ou até triplicar em relação ao preço pago no exterior.

Além disso, há ainda despesas com frete internacional, seguro de transporte, homologação e adequação às normas brasileiras (como padrões de emissão de poluentes e segurança).

Vale a pena importar um carro usado?

Diante de tantas restrições e custos, a importação de carros usados no Brasil só costuma valer a pena em situações muito específicas.

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Para colecionadores apaixonados por modelos clássicos ou raros, pode ser a única maneira de realizar um sonho. Já para quem volta ao Brasil após viver no exterior, trazer o veículo pessoal pode ser financeiramente interessante, dependendo do caso.

Por outro lado, para quem pensa em trazer um carro usado apenas pelo preço ou por achar que sairá mais barato, a realidade é bem diferente. Com a carga tributária elevada e a burocracia, dificilmente a importação compensa financeiramente em comparação a comprar um modelo nacional ou até mesmo um carro novo de importação oficial.

Alternativas à importação

Quem busca um carro exclusivo sem enfrentar toda a burocracia da importação pode considerar algumas alternativas:

  • Modelos importados oficialmente: diversas marcas oferecem no Brasil versões diferenciadas de seus modelos globais.
  • Mercado de seminovos premium: muitas concessionárias vendem carros de luxo seminovos já nacionalizados, eliminando a parte mais complicada da importação.
  • Carros clássicos nacionais: o mercado brasileiro também oferece ótimas opções de clássicos produzidos por aqui, como Fusca, Opala e Maverick, que possuem grande valor histórico e colecionável.

Conclusão

Importar carro usado no Brasil é um processo restrito, burocrático e caro. A regra geral é a proibição, mas existem exceções que permitem a entrada de veículos de coleção, automóveis trazidos em mudanças de residência ou destinados a fins específicos. Para quem sonha em ter um clássico raro ou para quem volta ao país após viver no exterior, a importação pode ser um caminho viável.

No entanto, é fundamental conhecer bem todas as regras, calcular os custos envolvidos e avaliar se realmente vale a pena seguir por esse processo. Em muitos casos, buscar alternativas dentro do próprio mercado nacional pode ser uma opção mais prática e econômica.

  1. Por que é proibida a importação de veículo usado? | Jusbrasil ↩︎

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